A Grande Pirâmide de Gizeh
Max Heindel |
A grande pirâmide de Kéops, no complexo de Giheh, que se ergue sobre a planície do grande deserto do Saara, na cabeceira do delta do Nilo, é uma das construções mais antigas da Terra e um eloqüente testemunho do conhecimento que tinham os antigos a respeito de suas verdadeiras relações cósmicas, já que essa pirâmide monumental foi construída segundo medidas universais. |
Lançaram-se muitas teorias a respeito da Idade e da finalidade desta pirâmide. Os astrônomos indicavam que, no ano 2170 A.C., a Alfa-Draconis, a estrela polar da época, apontava diretamente para a entrada do lado norte da pirâmide O professor Proctor assegurava que também se encontrava nesta posição no ano 3350 A. C. Os egiptólogos dizem que isto é exagero e, como última hipótese, tomam em conside- ração a relação então existente entre a Draconis e a Alcione, que só pode ocorrer uma vez em um ano Sideral (25.868 anos solares), e, como o Zodíaco de Dendera mostra que os antigos egípcios conservavam anais de três anos siderais, a idade da , pirâmide talvez seja de 78.000 anos ou mais. Esta idade tem direito a tanta consideração, por parte dos cientistas, como a mencionada pelo Prof. Proctor. |
As investigações ocultas que estão baseadas nos imperecíveis registros da "Memória da Natureza", fixam a época de sua construção mais ou menos no ano 250.000 A. C., quando era empregada como templo de iniciação nos Mistérios e era o lugar onde se guardava um grande talismã. |
A Sra. H. P. Blavatsky, na "Doutrina Secreta", nos diz que a construção da Pirâmide estava baseada no conhecimento dos Mistérios e da série de iniciações, assim que a Pirâmide era o registro imperecível, na Terra, dessas Iniciações, "assim como os movimentos das estrelas o são no Céu. O ciclo de Iniciações era uma reprodução em miniatura das grandes séries de mudanças cósmicas a que os astrônomos chamam de ano sideral (25.868 anos comuns)". |
"Assim como ao final do grande ciclo do ano sideral, medido pela precessão dos equinócios em torno do círculo do Zodíaco, os corpos celestes voltam a ocupar as mesmas posições relativas, assim também, no final do ciclo de Iniciação, a parte divina do homem recuperava seu prístino estado de divina pureza e conhecimento", do qual partiu para realizar sua peregrinação através da. matéria, mas enriquecido pelas experiências então obtidas. |
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Sendo um símbolo, a Pirâmide deve, por certo, compreender tudo ou pelo menos, os aspectos mais significativos do que simboliza . Graças aos trabalhos um tanto limitados dos Profs. Piazzi Smith e Proctor ambos astrônomos de renome (1), porém antagônicos com respeito à utilização da Pirâmide, temos uma soma esmagadora de provas sobre as medidas das diferentes partes da Pirâmide e sua relação com os ciclos e distâncias cósmicas e terrestres. |
O testemunho do Prof. Proctor é o mais valioso porque ele é contrário à teoria de que a pirâmide tenha sido construída por arquitetos divinos; e fez o que pôde para honestamente refutar tal teoria, atribuindo as numerosas medidas obtidas e sua relação com as medidas cósmicas a "meras coincidências" o que levou Mme. Blavatsky a expandir seu raro sarcasmo chamando-o de "campeão das coincidênc:as". Ele admite que "todas as teorias concernentes a sua origem deixam sem explicar os aspectos mais significativos da grande Pirâmide, exceto essa absurda teoria que atribui sua construção a arquitetos divinos" e, também, que "a teoria de que era empregada com finalidades astrológicas está sustentada por todas as evidências conhecidas e ainda que este apoio seja forte" toda sua força deriva do fracasso das demais teorias admissíveis que não podem se sustentar ante ela". Admite, ainda, que a única dificuldade com a teoria astrológica surge de "nossa incapacidade para compreender como o homem pôde ter tanta fé na Astrologia, quanto para dedicar-lhe tantos anos de trabalho e tão grandes somas de dinheiro na persecução de pesquisas astrológicas, ainda que por seu próprio interesse". |
Proclus nos diz que, de acordo com a tradição, a Pirâmide em certa época terminava em uma plataforma, com a extremidade da grande galeria projetando-se para cima, no centro, e o Professor Proctor se entusiasma com as poss:bilidades da Pirâmide con- vertida em observatório, quando ainda nem estava terminada, se bem que astronomicamente em perfeito estado. Finalizando seus elogios diz que, "dotando-a de instrumentos modernos", teria sido o observatório astronômico mais importante do mundo, Assinala o fato de que a abertura da grande galeria aponta para o Zodíaco, e, como o Sol, a Lua e os planetas passam a sua volta no céu, dariam uma sombra na grande galeria com um ângulo diferente cada dia do ano ou mês e desta maneira suas posições poderiam ser medidas de forma a mais eficiente. |
As medidas mais importantes contidas na grande Pirâmide 'I são as seguintes: 1) Cada lado mede 9131,5 polegadas na base; portanto o perímetro da base são 36.526 polegadas. (Considerando 100 polegadas para cada dia do ano, temos 365 1/4 de dias, exatamente o número de dias do ano e mais um quarto de dia que não contamos a não ser no fim de 4 anos, constituindo o ano bissexto.) 2) O comprimento de cada uma das diagonais da base são 12.934 polegadas; logo, sua soma são 25.868 polegadas, equivalente ao número de anos do grande ano sideral. 3) Como a base da pirâmide mede o tempo que leva a Terra para girar em torno do Sol em seu curso anual, é muito clara a dedução de que a Pirâmide deva ter, de altura, a mesma medida indicativa da distância da Terra ao Sol, o que efetivamente se observa.
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Seção Vertical da Grande Pirâmide, da obra "Life and Work at the Great Pyramid" do Profesor Smith. |
A altura da Pirâmide são 5.819 polegadas, que multiplicada por um milhar de milhões equivale a 91.840.000 milhas e fornece uma medida da distância da Terra ao Sol, que na opinião do Prof. Proctor, é mais exata que qualquer outra calculada pelos astrônomos. Portanto, seja observada ou não esta teoria, a evidência está toda a seu favor, confirmando a suposição de que a Pirâmide tenha sido construída por arquitetos divinos, sendo isto o bastante para convencer-nos dessa teoria.
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As informações ocultas revelam-nos que, num período posterior de sua história, a Pirâmide foi o Templo de Mistérios daquilo que mais tarde degenerou na "Maçonaria" de hoje. Em um de seus rituais -o chamado "Portal da Morte" -o candidato era atado a uma cruz de madeira e transportado a uma cripta subterrânea, onde permanecia em estado de transe por três dias e meio. Durante esse tempo, enquanto seu corpo denso jazia inerte, o Ego, envolto em seus veículos mais sutis, percorria conscientemente o Mundo do Desejo conduzido por um Hierofante, e era submetido às "provas de fogo, da terra, do ar e da água". Isto é, mostravam-lhe que funcionando em tais veículos nenhum desses elementos podia afetá-lo; que podia atravessar uma montanha com a mesma facilidade com que atravessava o ar; e que podia viver num forno incandescente ou nas profundezas do Grande Abismo sentindo o maior conforto e bem-estar. De modo geral, o neófito receia de início os elementos, portanto o Iniciador se faz presente para ajudá-lo e infundir-lhe segurança.
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Ao raiar do quarto dia ele era transportado à plataforma da Pirâmide, onde os raios do Sol nascente despertavam-no daquele sono (em que visitara o Purgatório).Ao despertar era-lhe dada "a Palavra", e passava a chamar-se "primogênito". Este rito ainda subsiste no terceiro grau da Maçonaria: a morte e ressurreição de Hiram Abiff, o "filho da Viúva", o grande Arquiteto do Templo de Salomão e herói da lenda maçônica. Ragon, a eminente autoridade francesa em maçonaria, diz que a lenda de Hiram é uma alegoria astrológica que simboliza o Sol, partindo do solstício de verão e daí para baixo. "Durante o verão o Sol emite cantos de gratidão a tudo que respira, assim que Hiram, que o representa, pode dar a Palavra, quer dizer, vida a tudo. Então entra os signos austrais ao decair o equinócio, a natureza emudece (1), e Hiram, o Sol, já não pode dar mais a palavra sagrada. Encontra os três assassinos, os signos zodiacais de Libra, Scorpio e Sagitarius, pelos quais passa o Sol em outubro, novembro e dezembro. O primeiro o golpeia com a régua de 24 polegadas que simboliza as 24 horas que tarda a Terra em girar sobre seu eixo. O segundo o golpeia com o esquadro de ferro, que simboliza as quatro estações e, por último, lhe é dado o golpe mortal, pelo terceiro assassino, com um martelo que, sendo redondo, significa que o Sol completou seu círculo e morre para dar lugar ao Sol do ano novo". Os Iniciados dos templos egípcios eram chamados "phree messen", que significa "filhos da luz", porque haviam recebido a luz do conhecimento e essas palavras se transformaram depois em "Free Mason". (2)
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(1) É a vinda do Outono no Hemisfério Norte, para o qual foi concebida essa alegoria. 3) Livre Maçom, o Francmaçom, |